A construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte é um projeto surgido há mais de 30 anos, que ocupará a região da bacia do rio Xingu, abrangendo os municípios de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitório do Xingu, no estado do Pará. O projeto foi engavetado no ano de 1989 devido à pressão de grupos indígenas da região, sob liderança do cacique Raoni.
Tem capacidade estimada para abastecer mais de 26 milhões de pessoas e irá gerar um lago com 516 Km², inundando cerca de 51.600 hectares de floresta. Nesse processo serão desalojadas mais de 20.000 pessoas. O início de seu funcionemento está previsto para o ano de 2015, sendo a terceira maior hidrelétrica do mundo,ficando atrás apenas da chinesa Três Gargantas e da binacional Itaipu, com 11,2 mil MW de potência instalada. Atualmente seu custo estimado é de R$ 19 bilhões.
Entre os impactos socioambientais podem ser listados: a redução da vazão da água a jusante do barramento, afetando o transporte de famiílias ribeirinhas e indígenas; o remanejamento de famílias da área rural de Vitória do Xingu e de moradores de reservas extrativistas; alteração do regime do rio devido à diminuição do fluxo d’água, afetando o meio biótico e socioeconômico.Em outubro de 2009, um grupo de especialistas apresentou estudos críticos sobre o EIA/RIMA da Usina de Belo monte, apontando os prejuízos sociais, económicos e ambeintais.
A seguir alguns comentários de especialistas, em entrevista ao Instituto Socioambiental no ano de 2002: - Jansen Zuanon, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa): “O impacto é generalizado, pois mexe na raiz de todo o funcionamento do ciclo ecológico da região. Entre a Volta Grande do Xingu e Belo Monte, o nível d'água vai ficar bem abaixo da maior seca histórica e, rio acima, ficará permanentemente cheio, num nível superior à maior cheia conhecida. Assim, teremos, simultaneamente, trechos do Xingu sob condições hidrológicas extremas e diametralmente opostas, sendo que todo o regime ecológico da região está condicionado às secas e às cheias.” “Essas árvores servem de dieta para muitos peixes, por exemplo, o que gera impacto sobre a fauna e, consequentemente, para todo o ciclo ecológico da área. Além disso, muitos peixes sincronizam a desova com a cheia e, portanto, na parte que vai ficar muito seca, é possível que haja diminuição de diversas espécies. Esses impactos deverão provocar uma busca por novas áreas de pesca comercial e ornamental, que provavelmente se estenderão pelo trecho a montante da cidade e poderão atingir o Médio/Alto Xingu e Iriri.” - Célio Bermann, professor do Programa de Pós-Graduação em Energia da Universidade de São Paulo: “O pessoal de Paquiçamba depende muito do regime de águas de Volta Grande. A perspectiva de terem de buscar alimento, atravessando canais, mostra que essa aldeia indígena não está sendo considerada de forma adequada. Quando a gente pensa que são mais de 20 etnias ao longo de toda a bacia, então é uma perspectiva altamente arriscada do ponto de vista social. Principalmente, se a gente levar em conta que a aprovação do projeto deveria ser submetida ao Congresso Nacional, já que ele atinge diretamente uma comunidade indígena, e o Congresso Nacional ainda não opinou de forma devida sobre Belo Monte” |
Notícia recente:
“Justiça mantém licença de instalação de Belo Monte” – Ultimo Segundo
Assista aqui o vídeo gravado por artistas, produzido pelo ator Sérgio Marone, em protesto contra a instalação da Belo Monte. O objetivo é divulgar a causa e incentivar os internautas a assinar uma petição a ser enviada a presidenta Dilma Roussef.
As vantagens do projeto: http://www.blogbelomonte.com.br/usina-belo-monte/
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